sábado, 29 de maio de 2010

A voz e a vez do campo

A voz e a vez do campo

Dalva Ribeiro - aluna do Procampo



Prepare seu coração

para as coisas que vamos contá

Nós somos a turma do Procampo

e temos muito o que falá

Aprendemos a dizer não,

opinar, discordar e questioná

Mas também sabemos ouvir,

dizer sim e, se for preciso, silenciá



A maioria de nós nasceu no campo,

ou na roça como muitos gostam de dizê

Mas longe de nos envergonhá

tal fato nos enche de prazê

ter origem humilde não é problema

para quem o sê, vale mais do que o tê.



Não estamos aqui por acaso

Nem foi com facilidade que conquistamos esse espaço

Há mais ou menos dez anos lutamos pela educação no campo

Cada dia, avançamos mais um passo.



Essa é mais uma conquista que saberemos valorizá

Pois sabemos que a educação no campo ainda tem muito que avançá

Precisamos de profissionais nessa área que saibam atuá

E que entendam que a educação se adequa a realidade de cada lugá



Precisamos de profissionais que saibam o aluno do campo respeitá

Que acredite no potencial dele e que saiba planejá

Práticas pedagógicas e intervenções contextualizadas

Para que cada aluno seja capaz de sua história protagonizá



Sabemos que não basta apenas, mais escolas no campo construi

É preciso que a educação seja de qualidade e não apenas exista por existi

Pois é por meio de uma boa educação

Que os jovens no campo permanecerão

E de lá não precisarão sai



É por isso que estamos aqui

Não para ser mais uma turma que chegou a faculdade

Mas para ampliarmos os nossos conhecimentos

Para transformarmos a nossa realidade



Queremos que o campo tenha espaço, tenha vez e tenha vóis

Não queremos mais sermos subjugados como já fizeram com muitos de nóis

Queremos ver o aluno do campo poder falá, opiná, criticá e principalmente participá

E para que isso possa acontecê, é preciso nos prepará



Por isso, é preciso que todos aproveitem essa oportunidade

Para que possamos levar ao aluno do campo uma educação de qualidade

E para que ele, um dia, não precise, deixar o campo para ir estudar na cidade.

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